A sociabilidade do Cabula foi implantada por povos guerreiros de Angola e do Congo, primeiros povos escravizados e trazidos ao Brasil para trabalhar na lavoura da cana-de-açúcar no final do século XVI, mas a queda da produção, as invasões holandesas e francesas fizeram com que os portugueses adentrassem no interior da colônia e encontrassem nas áreas de Minas Gerais uma nova forma de expandir seu patrimônio material, a descoberta de pedras preciosas e minerais. Neste ponto surge uma nova rota de trafico; Costa da África, de onde trouxeram povos de Daomé, os jejes, e povos nagôs, os iorubas.
Os povos do império Congo, sobretudo dos reinos Ndongo (atual Angola) e Matamba, já viviam em luta pela afirmação dos seus direitos políticos no império Congo, de maneira que ao chegarem ao Brasil continuaram a luta e fundaram os quilombos. Muniz Sodré diz que os quilombos representam a radicalização dos recursos de sobrevivência social, comunal, defendiam os modos e forma de organização própria da África ancestral (Cf. 2002, p. 68).
O Cabula foi um dos lugares de Salvador que possibilitou a criação e expansão desta forma social, em 1826 houve a rebelião do quilombo Orobó, próximo às matas de Plataforma, estes quilombolas tinham contato com a sociedade oficial, eram vendedores de frutas, de carnes, ervas medicinais, mandioca, de maneira que é possível pensar que a organização social que havia nestes espaços, não era, apenas, para um lugar de esconderijo, mas um território político-social com líderes e organização militar, social e econômica própria.
O quilombo Orobó foi dizimado, mas muitos quilombolas que escaparam da morte ou da prisão fixaram-se nas matas do Cabula em lugares protegidos, mas o governo da província da Bahia ao retomar as terras quilombolas resolveu vende-las à aristocracia Bahia, em um dos escritos de Cid Teixeira (1978) aponta a Condessa de Pedrosa como uma das proprietárias (1882) de terras do Cabula.
Comentário:
O Cabula possui um passado histórico riquisimo tendo sua origem representada pelo quilombo do Orobó. Esse bairro possui imensa importância para a cidade de Salvador, cidade capital do estado da Bahia. Assim como todos os quilombos, foi construido por escravos brasileiros, e por isso adquire uma forte cultura, vinda de um povo extremamente forte: Os africanos.
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